O xadrez ofereceu uma
megametáfora para essa guerra psicológica, uma que ganhou importância especial
pelo importante papel que o jogo desempenhava na sociedade comunista soviética.
Os russos podiam está atrás em tecnologia militar ou competição econômica, mas
reinavam supremos no tabuleiro. Um campo de batalha, pela primeira vez na
história, genuinamente global poder ser representado por 64 casas. A Guerra
Fria era uma continuação da política uma continuação da política por outros meios,
então o xadrez era o mais cerebral desses meios. Ao fornecer a válvula de
escape que impediu a explosão da Guerra Fria, o xadrez ajudou a salvar a
civilização de si mesma.
Assim que Bobby Fischer
iniciou o aparentemente inexorável avanço ao topo, no fim dos anos 1950, todos
os meios, lícitos e ilícitos, foram empregados para impedi-lo até mesmo de
chegar perto. O xadrez tornou-se um teatro de guerra psicológica. E, a partir
do momento em que a ameaço veio de Victor Kortchnoi – um dissidente e exilado,
portanto, aos olhos do Kremlin, um traidor inominável -, preservar o título
mundial em mãos soviéticas passou a ser um assunto de agentes secretos tanto
quanto de grandes mestres.
Se a Guerra foi a melhor
coisa que já aconteceu para o xadrez, por seu lado o xadrez ofereceu a melhor
metáfora para a Guerra Fria. O duelo Fischer-Spassky em 1972, veio no momento
exato, quando a ameaça de guerra nuclear havia diminuído o suficiente para que
as animosidades e os temores acumulados de uma época esquizoide fossem
projetados em algo intrinsecamente inofensivo como um match de xadrez.
Como nenhum outro evento
individual, o grande match refinou e concentrou as complexidades de um conflito
global dentro do estreito território de um tabuleiro numa ilha remota, desse
modo criando a consumação iconográfica de uma época.
Fischer-Spassky foi a
suprema obra de arte da Guerra Fria –
uma manifestação do Zeitgeist mais cheia
de significados do que qualquer “acontecimento” encenado por uma vanguarda
decadente. Não foi um evento fortuito, pelo contrário, sinalizou o curso do
conflito cósmico com toda a elegante economia de um final de jogo.
Rei Branco e Rainha Vermelha
Autor: Daniel Johnson – como a guerra fria foi disputada no tabuleiro de xadrez
Este livro é recomendado para aqueles enxadristas que buscam rever uma história que a política atuou no nosso esporte causando fortes pressões para aqueles que faziam o xadrez com profissionalismo, sendo influenciado pelas rédeas do poder.
Esta obra merece ser lida
por leitores que tem a curiosidade de conhecer os bastidores do
xadrez, onde as ideias surgem e são jogadas dentro de um universo político.
Estou lendo e ficando mais fascinado pelo xadrez.
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