terça-feira, 26 de maio de 2015

O Xadrez e a Guerra Fria

Rei Branco e Rainha Vermelha - Como A Guerra Fria Foi Disputada No Tabuleiro de Xadrez

O xadrez ofereceu uma megametáfora para essa guerra psicológica, uma que ganhou importância especial pelo importante papel que o jogo desempenhava na sociedade comunista soviética. Os russos podiam está atrás em tecnologia militar ou competição econômica, mas reinavam supremos no tabuleiro. Um campo de batalha, pela primeira vez na história, genuinamente global poder ser representado por 64 casas. A Guerra Fria era uma continuação da política uma continuação da política por outros meios, então o xadrez era o mais cerebral desses meios. Ao fornecer a válvula de escape que impediu a explosão da Guerra Fria, o xadrez ajudou a salvar a civilização de si mesma.
Assim que Bobby Fischer iniciou o aparentemente inexorável avanço ao topo, no fim dos anos 1950, todos os meios, lícitos e ilícitos, foram empregados para impedi-lo até mesmo de chegar perto. O xadrez tornou-se um teatro de guerra psicológica. E, a partir do momento em que a ameaço veio de Victor Kortchnoi – um dissidente e exilado, portanto, aos olhos do Kremlin, um traidor inominável -, preservar o título mundial em mãos soviéticas passou a ser um assunto de agentes secretos tanto quanto de grandes mestres. 
Se a Guerra foi a melhor coisa que já aconteceu para o xadrez, por seu lado o xadrez ofereceu a melhor metáfora para a Guerra Fria. O duelo Fischer-Spassky em 1972, veio no momento exato, quando a ameaça de guerra nuclear havia diminuído o suficiente para que as animosidades e os temores acumulados de uma época esquizoide fossem projetados em algo intrinsecamente inofensivo como um match de xadrez.
Como nenhum outro evento individual, o grande match refinou e concentrou as complexidades de um conflito global dentro do estreito território de um tabuleiro numa ilha remota, desse modo criando a consumação iconográfica de uma época.
Fischer-Spassky foi a suprema  obra de arte da Guerra Fria – uma manifestação do  Zeitgeist mais cheia de significados do que qualquer “acontecimento” encenado por uma vanguarda decadente. Não foi um evento fortuito, pelo contrário, sinalizou o curso do conflito cósmico com toda a elegante economia de um final de jogo.

Rei Branco e Rainha Vermelha
Autor: Daniel Johnson – como a guerra fria foi disputada no tabuleiro de xadrez

Este livro é recomendado para aqueles enxadristas que buscam rever uma história que a política atuou no nosso esporte causando fortes pressões para aqueles que faziam o xadrez com profissionalismo, sendo influenciado pelas rédeas do poder. 
Esta obra merece ser lida por leitores que tem a curiosidade de conhecer os bastidores do xadrez, onde as ideias surgem e são jogadas dentro de um universo político.
Estou lendo e ficando mais fascinado pelo xadrez.

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